sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

DOLAR. DILMA FAZ LAMBANÇA NA ECONOMIA



Quando se fala em índice Big Mac, poucos dão importância ao noticiário.  Na condição de pequeno investidor no mercado financeiro, utilizo-o para checar os índices oficiais e os do mercado, para constatar se estes últimos não estão defasados em relação à situação real da economia de cada País. Não utilizo para cálculos de rentabilidade ou coisa parecida, mas passou a ser uma referência importante para mim.  Leiam a matéria e acompanhe a conclusão no final.

O índice Big Mac, calculado pela revista americana "The Economist", aponta o real como a quinta moeda mais cara do mundo neste início de 2013. A lista compara os preços do principal sanduíche da rede McDonald's em 44 países e na zona do euro, tendo como referência o valor dos Estados Unidos. Fonte: Folha.

O sanduíche no Brasil custa o equivalente a US$ 5,64 e sai 29% mais caro do que o vendido nos Estados Unidos, onde o lanche sai por US$ 4,37, indicando a sobrevalorização do real em relação ao dólar. Fonte: Folha.

A formação do índice se baseia na paridade do poder de compra (ou "purchasing power parity", em inglês), teoria comumente usada por economistas por levar em conta os preços de cada país e permitir comparações internacionais. Fonte: Folha.

O índice Big Mac divulgado nesta quinta-feira (31) pela "Economist" leva em consideração taxas de câmbio de 30 de janeiro --no Brasil, o cálculo foi feito com o dólar valendo R$ 1,99. Fonte: Folha.

A desvalorização de uma moeda em relação ao dólar americano, em geral, é benéfica às exportações do país - por outro lado, a valorização é geralmente comemorada pelos importadores. Fonte: Folha.

Conclusão. 

Quando insisto que o real está apreciado em relação ao dólar, torno-me uma andorinha voando sozinho, solo.  Muitos dos meus leitores, me chamam de urubu.  Como podem ver na notícia anterior sobre o índice Big Mac, que não chega a ser um indicador oficial, mas apresenta um número muito semelhante ao meu com relação à defasagem cambial da nossa moeda, o real.

O Brasil não tem mais "vozes" com credibilidade que balizem a opinião pública.  Se antes tinha um Antonio Ermínio Moraes, que também cedeu ao encanto da especulação financeira e deu com os burros nágua, aplicando justamente em derivativo cambial, não apareceu mais ninguém. Os empresários ícones, de hoje, estão comprometidos com o governo federal até a alma (sic, meu), tomando empréstimos subsidiados pelo BNDES, o tal do Bolsa Empresário (sic, meu). 

Restou cá, este bloguista que para alguns sou andorinha solo ou como queiram outros urubu, ficar insistindo até como dogma, chamar atenção do "erro sistémico" da política econômica do governo Dilma.  Após censura branca do jornal Folha, na coluna de comentários, que fazia no início do governo Dilma, venho utilizando este blog para apontar os temas discordantes com relação ao governo Dilma.

Vamos lá, o que eu tenho a dizer.  Estou a dizer que o real deveria estar hoje em R$ 2,60, já devidamente corrigido ao número apresentado há um ano atrás de R$ 2,40 em comentário de 1 ano atrás.  O que significa isto. Fazendo comparação com o cotação do real em R$ 2,00, a defasagem cambial está em 30% em relação ao meu número.  Curiosamente, o índice Big Mac, aponta a defasagem de 29%, bem próximo ao meu número.  Então, já não me sinto tão andorinha solo e nem urubu.  Tem ao meu favor, os analistas da revista "The Economist".  E tem contra o meu ponto de vista, os analistas, os empresários e a mídia brasileira.  Fazer o que?

As últimas atitudes do Banco Central, sob ordens da presidente Dilma, faz o movimento no sentido oposto à correção da defasagem cambial.  Ao balizar uma nova banda cambial informal entre R$ 1,90 e E$ 2,00, está aumentando a defasagem cambial para algo como 36%.  Esta gambiarra foi feito à mando da Dilma, para tentar compensar a Petrobras, que está numa situação pré-falimentar.  Com certeza, foi para garantir a manutenção da sua popularidade.

Bem, as consequência desta defasagem cambial já foram temas de matérias anteriores e serão das próximas, com certeza.  Por enquanto me atenho apenas sobre a constatação da apreciação exagerada do real frente ao dólar.

Dilma faz movimento inverso, manda desvalorizar o dólar.

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12

Um comentário:

Daniel Cohen disse...

O cambio, parte do tripé que dá sustentação(ao menos dava) ao plano real(os outros dois sabemos, é o superávit primário e o ferrenho controle das metas de inflação), talvez seja o mais importante dos itens, já que dele partem inúmeras outras considerações e dependências,...sejam balança comercial,custo da rolagem da dívida(tanto do governo como das empresas, estatais, mistas ou privadas), ou controle de fluxo de capitais entre tantas outras.
O problema reside na total incompetência gerencial, aliada a inexistência de projetos de médio e longo prazos. Tudo é feito na urgência ELEITOREIRA que visa principalmente o futuro do PT, que não esta afinado com os reais problemas do Brasil, muito pelo contrário,...anda em paralelo, mas a uma galáxia daqui,....