segunda-feira, 24 de setembro de 2012

DILMA, SEU DISCURSO NA ONU É TIRO NO PÉ!


Quatro dias após a dura troca de críticas entre Brasil e Estados Unidos pelo fato de o governo brasileiro ter elevado tarifas de importação de 100 produtos para proteger a indústria nacional, a presidente Dilma Rousseff dá início a mais um round contra o "tsunami monetário". Ela deverá investir contra a injeção de dinheiro novo na economia pelos bancos centrais dos Estados Unidos, do Japão e da Comunidade Europeia, em discurso na abertura da 67.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)e encontros com chefes de Estado. Fonte: Estadão.

Amanhã, Dilma faz o tradicional discurso de abertura da assembleia. Antes da apresentação, se reúne com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e diplomatas da organização. Até a tarde de ontem, não estava programado encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Diplomatas dizem que uma reunião entre os dois não deve ocorrer, mas é possível haver uma conversa no próprio plenário da assembleia. Ele subirá à tribuna logo após o discurso dela.  Fonte: Estadão.


Só pode ter sido Marco Aurélio Garcia, assessor top top, a orientar presidente Dilma sobre mais um round de ataque ao "tsunami monetário", se referindo aos governos dos principais países do mundo darem liquidez ao seus mercados. Os ataques são totalmente indevidos e impertinentes, por 2 motivos principais.  O primeiro motivo é que Dilma faz isso, exatamente, igual aqui no front interno com o Crédito Fácil e Crédito Barato inetando recursos ao mercado consumidor.  Além de liberar recentemente R$ 30 bilhões do empréstimo compulsório dos bancos para dar maior liquidez ao sistema, tal qual EEUU, guardada a devida proporção e injeção de R$ 21 bilhões nos bancos oficiais. O segundo motivo é que injeção de recursos estimula o consumo no mercado interno daqueles países.  O estímulo ao consumo, trazem benefícios imediatos com o aumento de demanda dos produtos de exportações brasileiros.  Portanto, está redondamente errado o discurso que pretende a presidente Dilma na abertura da Assembléia da ONU.

No entanto, ao analisar o comportamento bipolar da presidente, dá até para entender o teor do discurso.  Ela continua usar a frase de efeito como já pronunciou anteriormente como "canibalismo" e "tsunami monetário".  Isto, no front externo, chega a ser motivo de piada entre os diplomatas do primeiro mundo.  Mas no front interno, Marco Aurélio Garcia, está certo na sua orientação de aproveitar a ocasião para produzir efeito "espuma" no intuito de vender a imagem de uma presidente macho ou melhor dizendo uma presidente durona.  Assim mesmo, vai ter os agentes públicos, economistas de plantão do Planalto e empresários beneficiários da Bolsa Empresários, irão aplaudir de pé o discurso da presidente Dilma.  Fazer o que? Primavera não chegou lá, ainda.

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori10

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