quinta-feira, 25 de abril de 2013

Eleições 2014. Dilma jogou Marina na oposição!



O ministro Gilmar Mendes do STF decidiu ontem, suspender a tramitação do projeto de lei que inibe a criação de novos partidos. Ele analisou um pedido feito pelo senador Rodrigo Rollemberg do PSB. Assim, na prática, inviabiliza a tentativa da presidente Dilma de alijar a candidatura da Marina Silva, que cria partido Rede Sustentabilidade.  

Assisti ontem, pela TV Senado, a sessão que votaria o Projeto de Lei que inviabilizaria a criação de novo partido, com a regra de que os tempos de propaganda gratuita na TV, assim como o Fundo Partidário, não pertenceriam aos deputados, mas sim às siglas partidárias.   O projeto iria para votação, em regime de urgência, 24 horas após a aprovação na Câmara dos Deputados, numa iniciativa casuística inédita.  


"Essa senhora Dilma Rousseff tem formação de intolerância pior do que os generais. O PT não fecha o Congresso porque não tem força", disse o senador Jarbas Vasconcellos.  Mas o discurso mais inflamado foi do senador Pedro Simon, decano do Senado Federal, comparando com o "pacote de Abril" do regime militar, lembrando ainda que à época, após a aprovação de leis casuísticas para os militares manterem-se no poder os membros da ARENA, de mão dadas cantaram hino nacional, naquele próprio plenário.  

O pacote de Abril foi um conjunto de leis outorgados pelo presidente Ernesto Geisel cerceando o poder do Congresso Nacional, em 13 de abril de 1977, mediante diversas medidas e leis, entre elas que criava a figura do "senador biônico", nomeado pelo presidente da República, para garantir a perpetuação dos militares no poder.

Após a fala dos senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, sucederam discursos inflamados de outros senadores, sobretudo do PMDB, classificando a votação como casuísta para favorecer a reeleição da presidente Dilma.  A maioria foi contra a manobra da presidente Dilma em alijar a candidatura da Marina Silva, para tentar ganhar eleições já no primeiro turno em 2014.  A manobra não deu certo, mesmo ante do liminar do ministro Gilmar Mendes, a sessão marcou presença de apenas 23 senadores, devido a obstrução dos senadores contrários à forma como estava sendo votado, inclusive de alguns senadores do próprio PT.  Para votar o regime de urgência e a própria lei necessitaria da presença de pelo menos 41 senadores.

A derrota da presidente Dilma, neste projeto de reeleição, foi acachapante.  A vitória foi da Marina Silva, ex-senadora, que se encontrava presente na sessão do Senado, de ontem.  A vitória coube também aos grupos políticos que apoiam o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Eduardo Campos (PSB).  No raciocínio de ambos, Aécio e Campos, seria necessário a candidatura da Marina para assegurar o segundo turno nas eleições de 2014.  A essa altura dos acontecimentos, Dilma de sobra criou problema adicional, a Marina Silva. Num eventual segundo turno em 2014, Dilma jogou Marina Silva para oposição, mesmo que ela não consiga voto suficiente para confronto direto.   

No round de ontem, Dilma perdeu e Marina ganhou!  

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamori12



4 comentários:

Unknown disse...

Dilma achou que aprovaria mais esta na calada da noite! Mas como tem interesses os políticos reagiram, digo para a frágil oposição comemore esta batalha, não vencerão as próximas,se não acordar a tempo,e o tempo urge, ficará e casa com a mão no bolso vendo a banda passar. Este governo esta para tudo na manutenção do poder não articula, determina, esta confiante mostrando as garras, só perdeu esta batalha por excesso de confiança. Não cometerá o mesmo erro. Eu Aposto!

sakamori10@gmail.com disse...

Concordo com você! Oposição dorme no ponto. Esta foi mais fogo amigo do André Vargas contra Jorge Viana, que deu no que deu.

Para meu gosto, oposição usa muita retórica. Muito blá, blá, blá, tal qual situação. Aprendeu com Dilma, falar de espumas, também.

Abraço!

Unknown disse...

Passandoo!!"Pensar Não Doi" diz o Profe, mas DOI E MUITO...abraçoBemAzul

Unknown disse...

Nobre Sakamori:
Sobrou paro o PSDB e PSB, agora !
Tática certa, dividir para conquistar !
E agora, no Senado, pode ser que embole !
A maioria na Casa, não representa obrigatóriamente, quorum para aprovar ou derrubar alguma proposição, pois que, está composta de eleitos de votação majoritária e quaze irmã siameza da eleição de Governador!
Portanto, se os interesses dos Estados, se suas reivindicações não houverem sido atendidas, o Governador, terá força suficiente para embananar essa aprovação da Cãmara dos Deputados!
Coisas do parlamento atual, nós da ditadura franquiamos os partidos, e os democratas de hoje, cerceiam essa possibilidadde!
O Brasil é assim, todo invertido !
Viva-mo-lo como é !
Já declarei dias atrás, que a elição de 2014, ensejará muitas surpresas !
Aguardemos !
Abraçando-o com carinho, e com a admiração,
MARKITO DE SOUZA