sexta-feira, 12 de abril de 2013

Programa MCMV. Dilma está cega há 4 anos?


Veja em que mão está entregue a administração no nosso País, para uma pessoa considerada "gerentona", mãe do PAC, tocador do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).  O governo dos presidentes Lula e Dilma vem executando o programa desde 2009. Exatos 4 anos depois, Dilma gerentona, descobre que as casas do programa MCMV, não tem cerâmica no piso, só cimento queimado. De repente, numa atitude "populista", Dilma vai conceder "vale-cerâmica".  Isto é mais que cômico, mas trágico!  Dilma não sabia, o que acontecia no principal programa do governo dela durante últimos 4 anos!  Na sequência ao resumo da notícia e comento. 


O governo Dilma estuda conceder um "vale-cerâmica" às famílias que receberam imóveis a custo praticamente zero na primeira fase do programa Minha Casa, Minha Vida. A determinação veio da própria presidente Dilma Rousseff, após ela constatar que as residências não dispunham de revestimento cerâmico em todos os cômodos.  Nessa situação estão 418.969 imóveis, contratados de 2009 a 2010. Fonte: Folha.


O problema é que, dos 936.608 imóveis contratados dentro do Minha Casa 1, 418.969 foram destinados a famílias de renda até R$ 1.395, que, por não terem condições financeiras, recebem as unidades praticamente de graça.  Nesse universo, 268.621 foram entregues e as famílias já moram nos imóveis. Para complicar ainda mais, das 150.348 unidades que não foram entregues ainda, a grande maioria já está pronta, faltando apenas desenrolar questões burocráticas. Fonte: Folha.

Comentário.

Colocação de cerâmica em todas dependências, além da área úmida como banheiro e cozinha, não vem a ser erro técnico.  Denominamos o piso descrito como de cimento alisado, perfeitamente factível com o padrão econômico da casa.  Nem sempre, a cerâmica é melhor solução para todas regiões do País.  Utiliza-se muito no norte do País, onde o clima é tropical, mas no paralelo sul, colocação de cerâmica em todas dependências não são recomendáveis.  Aí tem outro erro de avaliação da presidente Dilma.  

Eu já fiz denúncia de técnica construtiva inapropriada de apartamentos do programa MCMV.  São edifícios de 8 a 10 andares, com estrutura denominado de "estrutura mural".  Sob ponto de vista da teoria de estabilidade de construções, a solução é perfeita.  No entanto, esquecem-se os projetistas e financiador da obra a CEF, que o povo está acostumado a fazer modificações nas repartições do apartamento.  Isto é muito comum, até em função de número de filhos que tem ou que não tem.  É aí que mora o perigo.

Os apartamentos da MCMV de 8 a 10 andares em "estrutura mural" é tragédia anunciada.  Lembra-se do episódio de uma pequena reforma que fora realizada no centro do Rio de Janeiro, há 2 anos passados, o prédio simplesmente desabou causando dezenas de vítimas.  É o que acontecerá, se algum morador dos andares de baixo fizerem modificações com eliminação de alguma parede.  O prédio da MCMV virá abaixo!  O pior de tudo, é que este tipo de edificação, não tem conserto, tem que demoli-la e construir outra no lugar com "estrutura de concreto armado".  

Acordei de madrugada e li o noticiário na Folha.  Pensei ter acordado no Burundi, na África, uma republiqueta de 5ª categoria.  O mais alto mandatário da República, num rompante, como jogada de "marketing" manda refazer o projeto que ele próprio aprovara há 4 anos!  Quero ver a presidente mandar demolir os prédios comprometidos em questão de segurança!  Essa ela não vai fazer porque mexe nos bolsos dos empresários como os donos da PDG e MRV.  E quero ver, também, quem vai pagar a conta de todas atitudes rompantes da presidente.  Certamente, seremos nós, os contribuintes!

Programa MCMV. Dilma estava cega nestes últimos 4 anos?

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  Twitter: @sakamroi12

2 comentários:

Eli Reis disse...

Sakamori

Bom dia.

Fico preocupado pelas inúmeras famílias que recebem o que lhes dão a custo zero.

Veja o que não tem preço, não tem valor!

Todos nós pelo menos uma vez na vida já ouvimos falar de moradores de favelas ou imóveis invadidos em grandes cidades que "ganham" dos governos ou prefeituras imóveis destes do MCMV, e, ato contínuo, os vendem com "contratos de gaveta" e voltam para as favelas ou invasões.

E aí? Receberá a "bolsa cerâmica" o detentor do contrato de gaveta ou o novamente favelado/invasor?

Essa é uma pergunta.

A outra que fazemos é:
Com a "bolsa cerâmica" os moradores das unidades de, como você diz, "apartamentos da MCMV de 8 a 10 andares" em "estrutura mural", mesmo que não alterem os locais de paredes, e, com a simples colocação dos pisos cerâmicos objeto de suas bolsas não estarão aumentando o peso e consequentemente a carga aplicada nesses prédios? Isso não sobrecarregaria os prédios? Veja são até dez andares com peso adicional de cerâmica e material para assentamento que constituirão peso adicional não computado nos cálculos originais.

Ou estou sendo muito dramático?

Isso tudo sem considerar os custos disso, que conforme você já disse, seremos nós que pagaremos.

Até a próxima...

Eli dos Reis

Unknown disse...

É meu amigo, como sempre vc nos brinda com preciosos comentários, essa mais uma bolsa nao sabia!!Celly Mattos