segunda-feira, 1 de julho de 2013

Economia BR dia 1. A bomba relógio foi armada!

Ontem, basicamente, escrevi sobre o provável quadro econômico para os próximos 30 dias, centrado na movimentação do câmbio.  A economia brasileira é extremamente dependente da moeda americana, tanto para os investimentos estrangeiros diretos (IED) ou para financiamento de serviços e royalties.  O Brasil está longe de ser um país auto-suficiente, como pregara presidente Lula e agora prega presidente Dilma.

Sobretudo no período dos governos Lula e Dilma, o parque industrial sucateou, a participação da indústria no PIB, decresceu de 24% para 17%, segundo CNI.  Esse sucateamento do parque industrial está baseado na excessiva apreciação do real perante o dólar.  A apreciação do real ou depreciação do dólar fez parte da política econômica (sic) do presidente Lula e da presidente Dilma.  

A economia viveu, aparente, prosperidade do povo.  A política econômica equivocada, deu ao povo sensação de "poder econômico".  Os produtos importados ficaram mais baratos que os nacionais.  As viagens internacionais ficaram mais baratos que os nacionais.  As viagens aéreas ficaram mais baratas que as viagens terrestres.  Parecia país de novos ricos.  Esta sensação de riqueza, em bases falsas,  fez com que o povo elegesse o presidente Lula e a presidente Dilma como ídolos, um quase deuses.

Com o dólar comprimido e a demanda estimulada com o Crédito Fácil e Crédito Barato, não deu outra.  A inflação voltou e voltou com a carga total.  O preço dos alimentos subiu 18% em apenas 5 meses, onde o governo Dilma apregoa a inflação anual dentro do teto da meta de 6,5% ao ano.  Isto virou piada, um deboche contra a população.  Com o poder aquisitivo diminuído o povo foi para a rua. A percepção do quadro econômico, mais do que índices anunciados pelo governo, pesou no bolso do povo.  

O povo acordou que aquela situação de pujança econômica anunciadas pelos presidentes Lula e Dilma não eram reais.  Aquela ilha de fantasia dito a quatro canto do mundo, parecia ser real, mas não era.  O povo foi enganado!  E o povo sentiu no seu bolso, que fora enganado pela Dilma e pelo Lula.  Para mim, o quadro era previsível em função da política econômica equivocada.  Venho martelando isto, desde 15 de fevereiro de 2012!  

E a crise econômica não chegou no fundo do poço.  Os próximos 30 dias serão determinantes para o futuro do País.  No meu entender, já está tarde a tomada de medidas econômicas e financeiras de profundidade, para que a inflação não dispare.  Um quadro que os economistas denominam de estagflação.  Estagnação com inflação.  Quadro pior não deveria estar.  Um país, qualquer país, tem instrumentos de combate à inflação clássicos, sem muito sofisma, porém, são medidas impopulares.  

Aparentemente, a equipe econômica da Dilma vai tentar segurar a inflação com medidas pontuais, como vem fazendo.  Enquanto a equipe econômica tenta segurar o rojão, a Dilma quer desviar atenção do povo com a possível convocação do plebiscito.  Dilma parece ter sensibilizado a sua base de apoio para entrar valendo na campanha de reforma política via plebiscito ou referendo.  

Sou instado pelos amigos e leitores deste a me manifestar sobre a essência e base do plebiscito e referendo.  Recuso-me a discutir o assunto no momento.  Se eu me engajar nas discussões de plebiscito ou referendo, estaria entrando no jogo sujo da presidente Dilma.  Digo com todas letras que o plebiscito ou referendo é boi de piranha.  Enquanto o povo se delicia com a discussão do tema, a grave crise econômica passa ao largo da discussão central.  

Vamos torcer que o dólar se comporte no patamar atual, o que eu duvido, conforme demonstrado na matéria anterior.  Se dólar bater R$ 2,40, será uma máxi-desvalorização do real.   Esta história do máxi-desvalorização da moeda brasileira, já vimos em filme passado cujo protagonista foi o ministro Delfim Neto.  Coincidência ou não, o  ex-ministro Delfim Neto é frequentador assíduo do Palácio do Planalto.  As consequências são nefastas, isto todos sabem, junto com ela vem a maxi-inflação.  

Hoje é dia número 1 da bomba relógio.  Tomara que Dilma acorde para desarmá-lo antes da detonação! 

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.   E-mail:  sakamori10@gmail.com

4 comentários:

Unknown disse...

Amigo Saka,
Não se pode brincar de Alice, viver de fantasia, nem governar um País com total irresponsabilidade e incomPeTência. Já vimos este filme governos se recusam a tomar medidas impopulares,e com Dilma não será diferente.
Lamento creio eu, o PT sair vencedor desta, com Dilma se conseguir segurar até 2014, (não acredito), e se a bomba estourar e Dilma 'falhar', a volta do Lula salvador.
Inaceitável oposição ter flertado com a ideia de referendo, perdeu a chance se posicionar efetivamente contra este oportunismo marqueteiro do Governo Federal.Estamos sem representação contundente.
E mais uma vez o Brasil vai perder.

Marcos Jr. disse...

Nem precisa ir tão longe ao falar de forte desvalorização do real. Isso aconteceu entre 2001 e 2002, na tríade FHC/Malan/Armínio Fraga, quando o dólar pulou de R$2,00 para quase R$ 4,00 durante um ano. Na época, só para constar, a inflação ultrapassou os 20% no acumulado de um ano.

sakamori10@gmail.com disse...

Prezado Marcos,

Sim. Teve que chamar Armínio Fraga para contornar a situação. Selic foi para 50%! Brasil perdeu credibilidade, à época.

Situação semelhante poderá ocorrer!

Abraço!

Unknown disse...

O faz de conta das commodities não vai durar para sempre. O Brasil deveria ter investido em produção interna, fortalecendo a indústria coisa que o PT em mais de 10 anos de governo não fez. E as empresas fazem suas dívidas em dólares, ai, já viu... Dizem que baixar os impostos da gasolina seria uma alternativa, mas a Petrobrás, uma das responsáveis pela crise não vai deixar.
Quanto ao plebiscito, isso é mesmo um truque, que a mídia comprou, claro... Sempre disse que mídia, imprensa e PT são a mesma coisa - coisa de quinta categoria. Isso mesmo, Sakamori, não compre esse ideia furada do plebiscito. Plebiscito não coloca em pauta as questões da economia, que são as mais importantes do país. O plebiscito vai virar uma gincana moral, só isso.
Na economia, O Brasil já está perdendo credibilidade, já que, desde FHC, privilegiou o capital especulativo, que, hoje, ferra também com o Sr. Eike Batista. Não tem jeito: medidas impopulares terão de ser feitas, quem poupa, como eu, pode dar uma respirada, quem se endividou com carros, viagens, eletrodomésticos e etc, terá uma bela de uma dor de cabeça.