sábado, 12 de julho de 2014

Brasil é feito de agiotas espertos e povo otário!

Crédito da imagem: tv conquista

Resolvi entrar novamente no terreno pantanoso das discussões sobre política econômica da Dilma.  Está chegando tempo das eleições, então, creio mais do que necessário que os meus leitores entenda pelo menos o mínimo necessário para avaliar as proposta dos candidatos à presidência da República.  Então, vamos lá!

Não tem como explicar o economês simplificando demasiadamente a natureza com que trata cada situação. Perdoem-me os economistas se de alguma forma simplifiquei demais o entendimento e os termos usuais no cotidiano de cada um e das manchetes dos jornais. Tenha paciência comigo, tanto economistas como os meus leitores. Vou tentar tentar explicar sem desagradar a ambos.  

1. Política fiscal. 

Política fiscal entende como conjunto de orçamentos públicos, federal, estaduais e municipais. Orçamento público no Brasil é quase que uma peça de ficção, mas é necessário que os leitores entendam. Basicamente, na coluna da esquerda tem as arrecadações e na coluna da direita tem as despesas.  O orçamento público se torna ficção, uma vez que inclui na coluna receitas os empréstimos a serem captados e na coluna de despesas os empréstimos a serem honrados.  

Em tese, a soma de ambas colunas tem que fechar em números iguais. Dentro deste orçamento tem uma linha que se chama "superávit primário".  Superávit primário é o valor que deve sobrar para pagamento de juros ou parte deles. Fala-se em percentual mínimo de dinheiro que o país deve separar para pagar os juros da dívida.  Isto são regras que o FMI, OCDE, BID e outros organismos impõe.  De qualquer forma, as receitas tem que bater com as despesas.  

Embora, nominalmente, o Brasil tenha R$ 300 bilhões de juros para pagar ao ano, o mercado financeiro, o FMI, a OCDE, o BID e agências de classificação entendem que o País deve separar o dinheiro para pagar juros, superávit primário, no montante próximo de R$ 100 bilhões.  É uma conta esquisita, mas é assim. É o que a Dilma prometeu fazê-lo no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça. Fica subentendido que a diferença de juros não pagos vão se somar ao saldo da dívida pública interna do País.

Se o governo brasileiro, no seu conjunto, federal, estaduais e municipais, conseguem economizar apenas R$ 100 bilhões, embora os bancos e os agiotas internacionais tenham para receber R$ 300 bilhões, está tudo bem. Isto é regra do jogo, vamos dizer. No frigir dos ovos, todo mundo, literalmente, está de olho no "superávit fiscal" do País, para ver se o Brasil paga pelo menos parte dos juros da dívida.  A esta piada se chama "política fiscal".

2. Política monetária.  

Política monetária, simplificando, é regulação do dinheiro circulante no mercado. É o real circulando no mercado. Quem, à rigor, executa a política monetária é o Banco Central do Brasil.  No entanto, o Banco Central não executa a política monetária na sua plenitude porque o País tem sob as asas do governo federal as mega empresas como Petrobras, BNDES, Eletrobras, CEF, BB e tantas outras empresas estatais que foge do controle da União. Resumindo, o Banco Central que deveria ser o guardião da moeda, executa a política monetária, meia boca.

Brasil é mais ou menos como casa da "mãe Joana". O governo federal utiliza caixa das empresas estatais para equilibrar a "política fiscal".  Eu disse, que o País é como casa da mãe Joana, mas à rigor, devido a facilidade de "troca-troca" de dinheiro entre diversas entidades do governo seria mais adequado dizer que o Brasil é uma verdadeira "zona".  

Literalmente, eu quis dizer que o Brasil é como "zona de meretrício". É uma "putaria" generalizada, em contas públicas. Tecnicamente, esta putaria se denomina "contabilidade criativa".  Contabilidade criativa, lá no PQP! Isto é feito com autorização da Dilma e do Mantega.  Mas o nome do porteiro do "bordel Brasil" tem o nome de Arno Ausgustin, secretário da Política Econômica do ministério da Fazenda.  Nem mesmo o Alexandre Tombini, presidente do Banco Central do Brasil, apita neste bordel. Ele cuida do filial do "bordel" denominado de Banco Central.

3. Câmbio flutuante.

Dizer que o Brasil adota câmbio flutuante é como dizer que Brasil adota o regime democrático.  Fico abismado que uma presidente da República venha defender em público que o Brasil adota o "câmbio flutuante" como se isto fosse uma novidade.  Assim como na democracia, o "câmbio flutuante" tem diversas graduações.  O contrário do câmbio flutuante é câmbio controlado, onde o governo estabelece a taxa de conversão.  Esta última forma é feita pelo Nicolás Maduro na Venezuela.  

Vejo todos os candidatos à presidência da República defendendo o câmbio flutuante.  Isto é mais ou menos como aplicar os velhos chavões como dizer que as prioridades são educação, saúde pública e segurança pública.  Estou a dizer ou afirmar que defender o "cambio flutuante" é discurso para "boi dormir".  Não vem que não tem!  

O Banco Central do Brasil da gestão Dilma, vem fazendo "intervenções" sistemáticas para "segurar" o dólar no atual patamar.  Utiliza-se de mecanismos não tão ortodoxos para "controlar" o câmbio. A venda de dólares "fakes" denominados de "swap cambial tradicional" é um exemplo de controle informal do câmbio.  Até ontem, o Banco Central tinha vendido US$ 65 bilhões de "swap cambial tradicional". Se não fosse "swap cambial tradicional" o Banco Central teria que ter gasto US$ 65 bilhões da sua reserva cambial. Para quem não é do ramo, a liquidação do swap cambial, no vencimento, é feito em real, não em dólar. 

O Banco Central poderia utilizar-se de "intervenções cambiais", sem ferir os fundamentos do "câmbio flutuante", comprando ou vendendo dólar no mercado à vista.  É assim que funciona no mundo inteiro.  Porque esta "intervenção" criativa, não sei dizer.  É mais ou menos a situação do cara que tem saldo no banco, mas não o utiliza, porque tem medo de desagradar o gerente do banco. Isto, só não enxerga quem não quer!

4. Inflação sob controle.

O governo Dilma, concentrou a sua bateria no tema da "inflação sob controle".  A Dilma escolheu e implantou uma política econômica equivocada.  Estabeleceu-se como o pilar da economia o dólar desvalorizado.  Estabeleceu como outro pilar da economia o controle dos preços administrados como das tarifas de energia e preço dos combustíveis.  Isto é que está segurando a inflação dentro do teto da meta de inflação.  No meu entender, o calcanhar de aquiles está na intervenção excessiva do governo na economia.  

Os empresários sabem, os banqueiros sabem, os especuladores sabem que a inflação oficial, IPCA, é uma peça de ficção.  Diante dos números maquiados, os agentes econômicos procuram achar o "seu número" de inflação. Apesar da inflação oficial, IPCA, estar dentro do teto da meta de 6,5%, o mercado financeiro na prática, procura aplicação que se aproxima da inflação real.  O mercado está apostando que a inflação real esteja girando no patamar de 12% ao ano.

Outra coisa é inflação do bolso.  Inflação do bolso é termo que inventei para indicar a inflação do cotidiano da classe média.  Para os afortunados e a própria presidente Dilma, nem sabem o que isto significa, porque nunca irão fazer compras nos supermercados.  E nem estão preocupados com inflação da cesta básica.  Eles vivem outro mundo. Sim, eles vivem no mundo de fantasia, de dinheiro fácil, que nunca esteve tão próspero quanto agora.    

Concluindo. Quem ganha com inflação alta são os agiotas. Quem ganha com câmbio "controlado" são os países que exportam para o Brasil. Os agiotas, os banqueiros, empresários bolsistas e especuladores internacionais estão rindo mais do que nunca. Eles estão aplicando em títulos do Tesouro brasileiro, crente de que o Brasil vai honrar a sua dívida.  O Brasil virou país de agiotas.  O Brasil está criando um bando de vagabundos que viverão de juros do Tesouro brasileiro.  Os agiotas internacionais, enquanto está recebendo seus juros, apostam na reeleição da Dilma.


Crédito da imagem: pedal.com.br

PS: Copa 2014.
Seleção brasileira perdeu para seleção holandesa por 3 a 0. 

Brasil é feito de agiotas espertos e povo otário! 

Ossami Sakamori




3 comentários:

Eli Reis disse...

Sakamori:

É triste, mas sou otário sem ser partidário do PT.
A grande turba me faz estar entre os brasileiros que votam na DILMA sem eu ter votado nela nem em sua turma.

Eli dos Reis


Obs.: Significado de turba: Multidão desordenada.
Para mim, burra.

Anônimo disse...

O sr.Eli Reis tem razão:
Fazemos parte de uma boiadada...

Cassiano Freitas disse...

Parabéns. Tudo isso que você explicou é muito importante, mas não é fácil passar para a cabeça da maioria das pessoas que não tem grande noção de economia. E como você bem esclareceu, nem sempre as coisas são levadas a sério. Isso é Brasil. Um dia, com a ajuda de DEUS, esse panorama pode mudar. Acesse: www.ideiasefatostucujus.blogspot.com.br